O Pentateuco
- CPAD - BEP
GÊNESIS
Êxodo
Levítico
NÚMEROS
DEUTERONÔMIO
GÊNESIS
Esboço
I. O
Princípio da História da Humanidade (1.1—11.26)
A. A Origem
do Universo e da Vida (1.1—2.25)
1. Resumo de
Toda a Criação (1.1—2.4)
2. Relato
Detalhado da Criação de Adão e Eva (2.5-25)
B. A Origem
do Pecado (3.1-24)
1. Tentação e
Queda (3.1-6)
2.
Conseqüências da Queda (3.7-24)
C. As Origens
da Civilização (4.1—5.32)
1. Caim:
Cultura Pagã (4.1-24)
2. Sete: Um
Remanescente Justo (4.25,26)
3. Registro
Genealógico dos Patriarcas Antediluvianos (5.1-32)
D. O Grande
Dilúvio: O Julgamento Divino sobre a Civilização Primitiva (6.1—8.19)
1. A
Depravação Universal (6.1-8,11,12)
2. A
Preparação Mediante Noé para a Salvação de um Remanescente Justo (6.9-22)
3. As
Instruções Finais e o Dilúvio (7.1—8.19)
E. O Novo
Começo da Humanidade (8.20—11.26)
1. A
Posteridade de Noé (8.20—10.32; destaque: Sem, 11.10-26)
2. A Torre de
Babel (11.1-9)
3. Elos
Genealógicos entre Sem e Abraão (11.10-26)
II. Os
Começos do Povo Hebreu (11.27—50.26)
A. Abraão
(11.27—25.18)
1. Os
Progenitores de Abraão (11.27-32)
2. A Chamada
de Abraão e Sua Viagem pela Fé (12.1—14.24)
3. O Concerto
entre Deus e Abraão (15.1-21)
4. Agar e
Ismael (16.1-16)
5. O Concerto
de Abraão Ratificado Mediante Seu Nome e a Circuncisão (17.1-27)
6. A Promessa
a Abraão e a Tragédia de Ló (18.1—19.38)
7. Abraão e
Abimeleque (20.1-18)
8. Abraão e
Isaque, o Filho da Promessa (21.1—24.67)
9. A
Posteridade de Abraão (25.1-18)
B. Isaque
(25.19—28.9)
1. O
Nascimento de Esaú e Jacó (25.19-26)
2. Esaú Vende
a Sua Primogenitura (25.27-34)
3. Isaque,
Rebeca e Abimeleque (26.1-17)
4. Disputa a
Respeito de Poços, e a Mudança de Isaque para Berseba (26.18-33)
5. A Bênção
Patriarcal (26.34—28.9)
C. Jacó
(28.10—37.2a)
1. O Sonho de
Jacó e Sua Viagem (28.10-22)
2. Jacó com
Labão em Harã (29.1—31.55)
3. A
Reconciliação de Jacó e Esaú (32.1—33.17)
4. Jacó Volta
à Terra Prometida (33.18—35.20)
5.A
Posteridade de Jacó e Esaú (35.21—37.2a)
D. José
(37.2b—50.26)
1. José e
Seus Irmãos em Canaã (37.2b-36)
2. Judá e
Tamar (38.1-30)
3. José, Suas
Provas e Elevação no Egito (39.1—41.57)
4. José e
Seus Irmãos no Egito (42.1—45.28)
5. A Mudança
para o Egito, do Pai e Irmãos de José (46.1—47.26)
6. Jacó: Suas
Últimas Profecias, Últimos Dias e Morte (47.27—50.14)
7. José:
Final de Sua Vida e Sua Morte (50.15-26)
Autor:
Moisés
Tema:
Começos
Data:
Cerca de
1445-1405 a.C.
Considerações
Preliminares
É muito
apropriado o lugar que Gênesis ocupa como o primeiro livro do AT, servindo de
introdução básica à Bíblia inteira. O título deste livro em hebraico
deriva da
primeira palavra do livro: bereshith (“no princípio”). O título “Gênesis”, como
aparece em nossas Bíblias, é a tradução em grego, do referido título em
hebraico, e
significa “a origem, fonte, criação, ou começo dalguma coisa”. Gênesis é “o
livro dos começos”.
O autor de
Gênesis não é mencionado em nenhuma parte do livro. O testemunho do restante da
Bíblia, porém, é que Moisés foi o autor de todo o Pentateuco
(i.e., os
cinco primeiros livros do AT) e, portanto, de Gênesis (e.g., 1 Rs 2.3; 2 Rs
14.6; Ed 6.18; Ne 13.1; Dn 9.11-13; Ml 4.4; Mc 12.26; Lc 16.29,31; Jo
7.19-23; At
26.22; 1 Co 9.9; 2 Co 3.15). Além disso, os antigos escritores judaicos e os
primeiros dirigentes da igreja são unânimes em testificar que Moisés foi o
escritor de
Gênesis. Uma vez que o relato de Gênesis no seu todo é de data anterior a
Moisés, o papel deste ao escrever Gênesis foi, em grande parte, reunir sob
a inspiração
do Espírito Santo, todos os registros escritos e orais disponíveis, desde Adão
até a morte de José, como os temos hoje preservados em Gênesis. Uma
possível
indicação de Moisés ter utilizado registros históricos existentes ao escrever
Gênesis, é a repetida expressão através do livro: “estas são as gerações de”
(hb. e’lleh
toledoth), que também admite a tradução: “estas são as histórias por” (ver 2.4;
5.1; 6.9; 10.1; 11.10,27; 25.12,19; 36.1,9; 37.2).
Gênesis
registra com exatidão a criação, os começos da história da humanidade e a
origem do povo hebreu, bem como o concerto entre Deus e os hebreus
através de
Abraão e os demais patriarcas. O Senhor Jesus atestou no NT a fidedignidade
histórica de Gênesis como Escritura divinamente inspirada ( Mt 19.4-6;
24.37-39; Lc
11.51; 17.26-32; Jo 7.21-23; 8.56-58) e os apóstolos (Rm 4; 1Co 15.21,22,45-47;
2 Co 11.3; Gl 3.8; 4.22-24,28; 1 Tm 2.13,14; Hb 11.4-22; 2 Pe
3.4-6; Jd
7,11). Sua historicidade continua sendo confirmada pelas descobertas
arqueológicas modernas. Moisés foi notavelmente bem preparado, pela sua
educação (At
7.22) e por Deus, para escrever esse incomparável livro da Bíblia.
Propósito
Gênesis provê
um alicerce essencial para o restante do Pentateuco e para toda a revelação
bíblica subseqüente. Preserva o único registro fidedigno a respeito dos
começos do
universo, da humanidade, do casamento, do pecado, das cidades, dos idiomas, das
nações, de Israel e da história da redenção. Foi escrito de
conformidade
com o propósito de Deus a fim de dar ao seu povo segundo o concerto, tanto do
AT quanto do NT, uma compreensão fundamental de si mesmo,
da criação,
da raça humana, da queda, da morte, do julgamento, do concerto e da promessa da
redenção através do descendente de Abraão.
Visão
Panorâmica
Gênesis
divide-se naturalmente em duas grandes partes. (A) Os caps. 1—11 fornecem uma
visão geral, partindo de Adão até Abraão, e concentra-se em cinco
eventos
memoráveis. (1) A Criação: Deus criou todas as coisas, inclusive Adão e Eva, os
quais Ele colocou no Jardim do Éden (1—2). (2) A Queda: Adão e Eva,
pela sua
transgressão, introduziram na história humana a maldição do pecado e da morte
(cap. 3). (3) Caim e Abel: Esta tragédia colocou em movimento as duas
correntes
básicas da história: a civilização humanista e um remanescente redentor ( 4 —
5). (4) Dilúvio Universal: O mundo antigo se tornara tão iníquo até os
tempos da
geração de Noé, que Deus o destruiu por meio de um dilúvio universal, e poupou
somente o justo Noé e sua família, como remanescentes (6—10).
(5) A Torre
de Babel. Quando o mundo pós-diluviano unificou-se em torno da idolatria e da
rebelião, Deus o dispersou, ao confundir seu idioma e cultura, e ao
espalhar a
raça humana por toda a terra (cap. 11).
(B) Os caps.
12—50 registram os começos do povo hebreu e focalizam o contínuo propósito
divino da redenção, através da vida dos quatro grandes patriarcas
de Israel —
Abraão, Isaque, Jacó e José. A chamada de Abraão por Deus (cap. 12) e o
relacionamento pactual de Deus com ele e com seus descendentes,
formam o
começo de fato da realização do propósito divino concernente ao Redentor e à
redenção, na história humana. Gênesis termina com a morte de José e a
iminente
escravidão de Israel no Egito.
Características
Especiais
Sete características
principais assinalam Gênesis. (1) Foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito
(com a possível exceção de Jó) e registra o começo da história da
humanidade,
do pecado, do povo hebreu e da redenção. (2) A história contida em Gênesis
abrange um período de tempo maior do que todo o restante da Bíblia,
e começa com
o primeiro casal humano; dilata-se, abrangendo o mundo antediluviano, e a
seguir limita-se à história do povo hebreu, o qual semelhante a uma
torrente,
conduz à redenção até o final do AT. (3) Gênesis revela que o universo material
e a vida na terra são categoricamente obra de Deus, e não um processo
independente
da natureza. Cinqüenta vezes nos caps. 1—2, Deus é o sujeito de verbos que
demonstram o que Ele fez como Criador. (4) Gênesis é o livro das
primeiras
coisas — o primeiro casamento, a primeira família, o primeiro nascimento, o
primeiro pecado, o primeiro homicídio, o primeiro polígamo, os primeiros
instrumentos
musicais, a primeira promessa de redenção, e assim por diante. (5) O concerto
de Deus com Abraão, que começou com a chamada deste (12.1-3),
foi
formalizado no cap. 15, e ratificado no cap. 17, e é da máxima importância em
toda a Bíblia. (6) Somente Gênesis explica a origem das doze tribos de Israel.
(7) Revela
como os descendentes de Abraão, por fim, se fixam no Egito (durante 430 anos) e
assim preparam o caminho para o êxodo, o evento redentor central
do AT.
Gênesis e Seu
Cumprimento no NT
Gênesis
revela a história profética da redenção, e o Redentor que virá através da
descendência da mulher (3.15), das linhagens de Sete (4.25,26), e de Sem
(9.26,27), e
da descendência de Abraão (12.3). O NT aplica 12.3 diretamente à provisão da
redenção que Deus realizou em Jesus Cristo (Gl 3.16,39). Muitos
personagens e
eventos de Gênesis são mencionados no NT com relação à fé e à justiça (Rm 4; Hb
11.1-22), ao julgamento divino (Lc 17.26-29,32; 2 Pe 3.6; Jd
7,11a) e à
pessoa de Cristo (Mt 1.1; Jo 8.58; Hb 7).
Êxodo
Esboço
I. Opressão
dos Hebreus no Egito (1.1—11.10)
A. Sofrimentos
dos Oprimidos (1.1-22)
B. Preparação
do Libertador (2.1— 4.31)
1. Nascimento
de Moisés e Seus Primeiros Quarenta Anos (2.1-15a)
2. Exílio de
Moisés e o Seu Segundo Período de Quarenta Anos (2.15b - 25)
3. Chamada de
Moisés e Seu Regresso ao Egito (3.1— 4.31)
C. Luta com o
Opressor (5.1—11.10)
1. A Petição:
Deixa Meu Povo Ir (5.1-3)
2. A
Resposta: Perseguição Tirânica de Faraó (5.4-21)
3. A
Garantia: O Senhor Manifestará Seu Senhorio (5.22 — 7.13)
4. O Recurso:
As Dez Pragas (7.14 — 11.10)
II.
Livramento dos Hebreus do Egito (12.1—13.16). (N do R - Aqui começa o 3o
período de 40 anos da vida de Moisés; cf. At 7.36)
A. Livramento
na Páscoa: Redenção pelo Sangue (12.1—15.21)
B. Livramento
no Mar Vermelho: Redenção pelo Poder (13.17—14.31)
C. Cânticos
do Livramento: Louvor ao Redentor (15.1-21)
III.
Ensinamento a Israel a Caminho do Monte Sinai (15.22—19.2)
A. A Prova da
Adversidade e o Cuidado Providente de Deus (15.22—19.2)
1. A Primeira
Prova: Águas Amargas em Mara (15.22-27)
2. A Prova da
Fome: Provisão de Codornizes e Maná (16.1-36)
3. A Prova da
Sede: Água em Refidim (17.1-7)
4. A Prova do
Combate: A Luta com Amaleque (17.8-16)
B. O Conselho
Sábio de Jetro (18.1-27)
IV. O Pacto
de Deus com Israel no Monte Sinai (19.3—24.18)
A. Instruções
Preparatórias a Moisés (19.3—24.18)
B. Os Dez
Mandamentos: Diretrizes de Vida e Conduta sob o Concerto (20.1-17)
C. Ordenanças
Preventivas do Relacionamento Pactual (20.18—23.19)
D. Promessas
Concernentes à Terra Prometida (23.20-33)
E.
Ratificação do Concerto (24.1-18)
V. Normas de
Adoração a Deus por Israel, no Monte Sinai (25.1— 40.38)
A. Instruções
a Respeito do Tabernáculo (25.1— 27.21)
B. Instruções
a Respeito dos Sacerdotes (28.1— 31.18)
C. O Pecado
de Idolatria (32.1— 34.35)
D.
Implementação das Instruções Divinas (35.1— 40.38)
Autor:
Moisés
Tema:
A Redenção
Data:
Cerca de
1445-1405 a.C.
Considerações
Preliminares
Êxodo dá
continuidade à narrativa iniciada em Gênesis. O título do livro, deriva da
palavra grega exodos (título empregado na Septuaginta, a tradução do AT em
grego), que
significa “saída” ou “partida”. Refere-se à poderosa libertação de Israel,
efetuada por Deus, tirando-o da escravidão do Egito, e à sua partida daquela
terra, como
povo de Deus.
Dois pontos
relacionados com o livro de Êxodo têm causado muita controvérsia: a data do
êxodo de Israel ao sair do Egito e a autoria do dito livro. (1) Duas
datas
diferentes para o êxodo são propostas pelos eruditos. (a) Uma “data recuada”
(também chamada a data bíblica), derivada de 1 Reis 6.1, onde está dito que
o êxodo
ocorreu 480 anos antes do quarto ano do reinado de Salomão. Esta declaração
estabelece a data do êxodo em 1445 a.C. Por outro lado, em Juízes
11.26, Jefté
(cerca de 1100 a.C.) afirma que Israel ocupara sua própria terra já há 300
anos, o que permite datar a conquista de Canaã, assim a conquista fica
datada em
aproximadamente 1400 a.C. Essa cronologia do êxodo, a da conquista de Canaã e a
do período dos juízes encaixam-se bem nos eventos datáveis da
história dos
três primeiros reis de Israel (Saul, Davi e Salomão). (b) Os críticos liberais
da Bíblia propõem uma “data posterior” para o êxodo, em cerca de 1290
a.C., com
base em suposições a respeito dos governantes egípcios, bem como uma data
arqueológica do século XIII a.C. sobre a destruição de cidades cananéias
durante a
conquista de Canaã.
(2) Há também
discordância entre os eruditos bíblicos conservadores e liberais, no tocante à
autoria mosaica do livro de Êxodo. (a) Intérpretes modernos
geralmente
consideram o livro como uma obra conjunta, preparada por vários escritores e
completada num período da história de Israel muito posterior aos
tempos de
Moisés (a chamada teoria JEDP). (b) Por outro lado, a tradição judaica desde os
tempos de Josué (Js 8.31-35), bem como o testemunho de Jesus (cf.
Mc 12.26), do
cristianismo primitivo, e da erudição conservadora contemporânea, todos
atribuem a Moisés a origem do livro (ver a introdução a Deuteronômio).
Além disso, a
evidência interna do livro apóia a autoria de Moisés. Pormenores numerosos em
Êxodo indicam que o autor foi testemunha ocular dos eventos
registrados
no livro (e.g., 2.12; 9.31,32; 15.27). Além disso, trechos do próprio livro dão
testemunho da participação direta de Moisés na sua escrita (e.g., 17.14;
24.4; 34.27).
Propósito
Êxodo foi
escrito para que tivéssemos um registro permanente dos atos históricos e
redentores de Deus, pelos quais Israel foi liberto do Egito e organizado como
a sua nação
escolhida. Pelos mesmos atos divinos, Israel também recebeu a revelação
escrita, do concerto entre Deus e aquela nação. Também foi escrito como
um elo
extremamente importante da auto-revelação geral e progressiva de Deus, que
culminou na pessoa de Jesus Cristo e no NT.
Visão
Panorâmica
O livro de
Êxodo começa com a descrição do sofrimento dos descendentes de Jacó no Egito, a
saber: opressão, escravidão e infanticídio, e termina com a
presença, o
poder e a glória de Deus manifestos no Tabernáculo, no meio do seu povo já
liberto, no deserto. Êxodo divide-se em três seções principais. (A) Os
caps. 1 — 14
revelam Israel no Egito, oprimido por um faraó que não conhecia José, e Deus
então redimiu Israel “com braço estendido e com juízos grandes”
(6.6). Entre
os eventos portentosos dessa parte da história de Israel, estão: (1) o
nascimento de Moisés, sua preservação e preparação (cap. 2); (2) a chamada de
Moisés na
sarça ardente (3 — 4); (3) as dez pragas (7 — 12); (4) a Páscoa (cap. 12) e (5)
a travessia do mar Vermelho (13 — 14).
O êxodo de
Israel para fora do Egito é declarado em todo o AT como a mais grandiosa
experiência de redenção do velho concerto. (B) Os caps. 16 — 18
descrevem
Israel no Deserto, a caminho do monte Sinai. Deus guiou seu povo redimido por
meio de uma nuvem e uma coluna de fogo e proveu maná,
codornizes e
água, exercitando assim seus redimidos a andar pela fé e pela obediência. (C)
Os caps. 19 — 40 registram Israel no monte Sinai, recebendo de Deus
a revelação
que abarcou (1) o concerto (cap. 19), (2) o decálogo (cap. 20) e (3) o
Tabernáculo e o sacerdócio (25 — 31). O livro termina com o Tabernáculo
inaugurado e
transbordante da glória de Deus (cap. 40).
Características
Especiais
Cinco
características distinguem Êxodo. (1) As circunstâncias históricas do
nascimento de Israel como nação. (2) O Decálogo, i.e., os dez mandamentos (cap.
20), que é a
suma feita por Deus da sua lei moral e das suas justas exigências para o seu
povo. Nela, temos o fundamento da ética e da moralidade bíblicas. (3) É
o livro do AT
que mais destaca a graça redentora e o poder de Deus em ação. Em termos do AT,
Êxodo descreve o caráter sobrenatural da libertação que Deus
efetuou do
seu povo, livrando-o do perigo e da escravidão do pecado, de Satanás e do
mundo. (4) O livro inteiro está repleto da revelação majestosa de Deus,
como (a)
glorioso nos seus atributos, (veraz, misericordioso, fiel, santo e onipotente);
(b) Senhor da história e dos reis poderosos; (c) o Redentor que faz um
concerto com
os seus redimidos; (d) justo e reto, assim revelado na sua lei moral e nos seus
juízos e (e) digno da adoração reverente, como o Deus
transcendente
que desce para “tabernacular” com o seu povo, i.e., habitar com o seu povo (cf.
Jo 1.14 no gr.). (5) Êxodo enfatiza o “como?”, “o quê?” e o “por
quê?” do
verdadeiro culto que deve seguir-se à redenção que Deus efetua dos seus.
O Livro de
Êxodo e Seu Cumprimento no NT
A
prefiguração da redenção que temos no novo pacto, é evidente em todo o livro de
Êxodo. A primeira Páscoa, a travessia do mar Vermelho e a outorga da lei
no monte
Sinai são, para o velho concerto, aquilo que a vida, morte e ressurreição de
Jesus, e a outorga do Espírito Santo no Pentecoste, são para o novo
concerto. Os
tipos de Êxodo que prenunciam Cristo e a redenção no NT são: (1) Moisés, (2) a
Páscoa, (3) a travessia do mar Vermelho, (4) o maná, (5) a rocha
e a água, (6)
o Tabernáculo, e (7) o sumo sacerdote. As exigências morais absolutas dos dez
mandamentos são repetidas no NT, para os crentes do novo
concerto.
Levítico
Esboço
I. O Caminho
para Deus: A Expiação (1.1—16.34)
A. Através
dos Sacrifícios (1.1—7.38)
1. O
Holocausto (1.1-17)
2. A Oferta
de Manjares (2.1-16)
3. O
Sacrifício Pacífico (3.1-17)
4. A Oferta
pelo Pecado Não Intencional (4.1—5.13)
5. A Oferta
pela Culpa (5.14—6.7)
6. O
Holocausto Contínuo e as Ofertas dos Sacerdotes (6.8-23)
7. A
Disposição da Vítima na Oferta pelo Pecado, na Oferta pela Culpa, e no
Sacrifício Pacífico (6.24—7.27)
8. A Oferta
Alçada e o Resumo das Ofertas (7.28-38)
B. Através da
Intercessão Sacerdotal (8.1—10.20)
C. Através
das Leis da Purificação (11.1—15.33)
D. Através do
Dia Anual da Expiação (16.1-34)
II. Requisito
para o Andar Diante de Deus: a Santidade (17.1—27.34)
A. Santidade
Através da Revelação do Sangue (17.1-16)
B. Santidade
Através dos Padrões Morais (18.1—22.33)
C. Santidade
Através da Adoração Normal (23.1—24.23)
D. Santidade
Através das Leis da Reparação, da Obediência e da Consagração (25.1—27.34)
Autor:
Moisés
Tema:
Santidade
Data:
Cerca de
1445-1405 a.C.
Considerações
Preliminares
Levítico está
estreitamente ligado ao livro de Êxodo. Êxodo registra como os israelitas foram
libertos do Egito, receberam a lei de Deus, e construíram o
Tabernáculo
segundo o modelo determinado por Deus; termina quando o Santo vem habitar no
Tabernáculo recém-construído (Êx 40.34). Levítico contém as
leis que Deus
deu a Moisés durante os dois meses entre o término do Tabernáculo (Êx 40.17) e
a partida de Israel do monte Sinai (Nm 10.11). O título
“Levítico”
deriva, não da Bíblia hebraica, mas das versões em grego e latim. Esse título
poderia levar alguém a julgar que o livro trata somente do sacerdócio
levítico. O
caso é diferente, pois boa parte do livro relaciona-se com todo o Israel.
Levítico é o
terceiro livro de Moisés. Mais de cinqüenta vezes, o livro declara que seu
conteúdo encerra as palavras e a revelação que Deus deu diretamente a
Moisés para
Israel, as quais, Moisés, a seguir, reduziu à forma escrita. Jesus faz
referência a um trecho de Levítico e o atribui a Moisés (Mc 1.44). O apóstolo
Paulo
refere-se a um trecho deste livro ao afirmar “Moisés descreve... dizendo...”
(Rm 10.5). Os críticos que atribuem Levítico a um escritor sacerdotal de
época muito
posterior, rejeitam a autenticidade do testemunho bíblico (ver a introdução a
Êxodo).
Propósito
Levítico foi
escrito para instruir os israelitas e seus mediadores sacerdotais acerca do seu
acesso a Deus por meio do sangue expiador e para expor o padrão
divino da
vida santa que deve ter o povo escolhido de Deus.
Visão
Panorâmica
Dois temas
muito importantes sobressaem em Levítico: a expiação e a santidade. (A) Os
caps. 1—16 contêm o provimento de Deus para a redenção do pecado e
para desfazer
a separação entre Deus e a humanidade, em conseqüência do pecado. O
substantivo“expiação” (hb. kaphar) ocorre cerca de quarenta e oito vezes
em Levítico.
O seu significado básico é “cobrir, prover uma cobertura”. Os sacrifícios
vicários do AT (1—7) cobriam temporariamente o pecado, mediante o
sangue (cf.
Hb 10.4), até o dia em que Jesus Cristo morresse como o sacrifício perfeito
para “tirar o pecado do mundo” (cf. Jo 1.29; Rm 3.25; Hb 10.11,12). Os
sacerdotes
levíticos (8—10) prenunciam o ministério de mediador de Cristo, enquanto que o
dia anual da expiação (cap. 16) prenuncia a sua crucificação. (B) Os
caps. 17—27
apresentam uma série de normas práticas, pelas quais Deus chamava o seu povo à
pureza e à vida santa. O mandamento reiterado por Deus é:
“Santos
sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (19.2; 20.7, 26). Os termos
hebraicos que significam “santo” ocorrem mais de cem vezes em
Levítico, e,
quando aplicados ao ser humano, falam de pureza e de obediência. A santidade é
vista nas cerimônias (cap. 17) e na adoração (23—25), mas
principalmente
nos eventos da vida diária (18—22). Levítico termina com uma admoestação por
Moisés (cap. 26) e com instruções a respeito de certos votos
especiais
(cap. 27).
Características
Especiais
Quatro
características assinalam Levítico. (1) A revelação divina, no sentido da palavra
direta da parte de Deus, é mais patente em Levítico do que em qualquer
outro livro
da Bíblia. Nada menos que trinta e oito vezes, o livro de Levítico declara
expressamente que o Senhor falou a Moisés. (2) O livro dá instruções
detalhadas
sobre os diversos sacrifícios e a expiação vicária. (3) O cap. 16 é o principal
da Bíblia no detalhamento do Dia da Expiação. (4) Levítico ressalta o
fato de que o
povo de Israel devia cumprir sua vocação sacerdotal, vivendo em pureza moral e
espiritual, separado doutras nações e obediente a Deus.
O Livro de
Levítico e Seu Cumprimento no NT
Devido à
ênfase redobrada à expiação pelo sangue e à santidade, Levítico tem relevância
permanente para os crentes do novo concerto. O NT ensina que o
sangue
expiador de animais sacrificiais, realçado em Levítico, era “a sombra dos bens
futuros” (Hb 10.1) a indicar o sacrifício, uma vez para sempre, de Cristo,
pelo pecado
(Hb 9.12). O mandamento bíblico para que o crente seja santo pode ser
perfeitamente cumprido pelo crente do novo concerto, através do sangue
precioso de
Cristo; a chamada do crente é para que ele seja santo em todas as áreas da sua
vida (1 Pe 1.15). O segundo grande mandamento, conforme Jesus o
definiu,
deriva de Lv 19.18: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39).
NÚMEROS
Esboço
I. Deus
Prepara o Povo para Herdar a Terra (1.1—10.10)
A. Instruções
para a Partida (1.1—4.49)
1. O Censo
dos Soldados de Israel (1.1-54)
2. A
Organização do Acampamento (2.1-34)
3. A
Organização dos Levitas (3.1—4.49)
B. A
Santificação do Povo (5.1—10.10)
II. O Povo
Perde Sua Herança por Causa de Pecado e Incredulidade (10.11—25.18)
A. Murmuração
a Caminho de Cades-Barnéia (10.11—12.16)
B. Rebelião e
Incredulidade em Cades-Barnéia (13.1—14.45)
C. Pecado e Rebelião
no Deserto (15.1—19.22)
D.
Desobediência a Caminho de Moabe (20.1—25.18)
III. Deus
Prepara uma Nova Geração para Possuir a Terra (26.1—36.13)
A. O Censo da
Nova Geração (26.1-65)
B. A
Instrução do Povo (27.1—30.16)
C. A Derrota
dos Midianitas (31.1-54)
D. A Ocupação
da Transjordânia (32.1-42)
E. O Relato
da Viagem do Egito a Moabe (33.1-49)
F. Promessa
da Vitória sobre Canaã (33.50-56)
G. A
Preparação para Entrar na Terra e Dividi-la (34.1—36.13)
Autor:
Moisés
Tema:
Peregrinação
no Deserto
Data:
Cerca de 1405
a.C.
Considerações
Preliminares
O título do
livro, “Números”, surgiu primeiramente nas versões gregas e latinas e deriva
dos dois recenseamentos ou “contagens” do povo registrados no livro (1;
26). A maior
parte do livro, entretanto, descreve as experiências de Israel nas suas
peregrinações “no deserto”. Daí, este livro ser chamado no AT hebraico “No
Deserto”
(Bemidbar — palavra que aparece no primeiro versículo do livro).
Cronologicamente,
Números é uma continuação da história relatada no livro de Êxodo. Depois de uma
estada de aproximadamente um ano no monte Sinai —
período
durante o qual Deus estabeleceu seu concerto com Israel, deu a Moisés a lei e o
modelo do Tabernáculo, e instruiu-o a respeito do conteúdo de Levítico
— os
israelitas se prepararam para continuar sua viagem à terra que Deus lhes
prometera como descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Pouco antes de partirem
do monte
Sinai, no entanto, Deus mandou Moisés numerar todos os homens de guerra
(1.2,3). Dezenove dias depois, a nação partiu de lá, numa curta viagem
para
Cades-Barnéia (10.11). Números registra a grave rebelião de Israel em Cades, e
seus trinta e nove anos subseqüentes de julgamento no deserto, até quando
Deus conduziu
toda uma nova geração de israelitas às planícies de Moabe, à beira do rio
Jordão, do lado oposto a Jericó e à terra prometida.
A autoria de
Números é historicamente atribuída a Moisés (1) pelo Pentateuco judaico e o
Samaritano; (2) pela tradição judaica; (3) por Jesus e pelos escritores
do NT; (4)
pelos escritores cristãos antigos; (5) pelos estudiosos conservadores
contemporâneos; e (6) pelas evidências internas do próprio livro (e.g.,
33.1,2).
Moisés, sem
dúvida, escreveu um diário durante as peregrinações no deserto, e mais tarde dispôs
o conteúdo de Números em forma narrativa, pouco antes de
sua morte (c.
1405 a.C.). A prática de Moisés, de referir-se a si mesmo na terceira pessoa,
era comum nos escritos antigos, e em nada afeta a credibilidade da
sua autoria.
Propósito
Números foi
escrito para relatar por que Israel não entrou na terra prometida imediatamente
depois de partir do monte Sinai. O livro trata da fé que Deus requer
do seu povo,
dos seus castigos e juízos contra a rebelião e do cumprimento progressivo do
seu propósito.
Visão
Panorâmica
A mensagem
principal de Números é evidente: o povo de Deus prossegue avante tão-somente
por confiar nEle e nas suas promessas e obedecer à sua Palavra.
Embora a
travessia do deserto fosse necessária por certo tempo, não era intenção original
de Deus que a prova naquele lugar se prolongasse a tal ponto que uma
geração
inteira de israelitas habitasse e morresse ali. A curta viagem do monte Sinai a
Cades, significou trinta e nove anos de aflição e de julgamento por causa da
incredulidade
deles. Durante a maior parte do tempo referente a Números, Israel foi um povo
infiel, rebelde e ingrato para com Deus, apesar dos seus milagres e
provisão.
Murmuração generalizada surgiu entre o povo, pouco depois da sua partida do
monte Sinai (cap. 11); Miriã e Arão falaram mal de Moisés (cap. 12);
Israel, como
um todo, rebelou-se em Cades na sua obstinada incredulidade, e recusou-se a
prosseguir para Canaã (cap. 14); Coré com muitos outros levitas
rebelaram-se
contra Moisés (cap. 16). Pressionado além dos limites por um povo rebelde,
Moisés, por fim, pecou na sua ira, por imprudência (cap. 20); a seguir,
Israel adorou
a Baal (25). Todos os israelitas que no incidente de Cades tinham de vinte anos
para cima (excetuando-se Josué e Calebe) pereceram no deserto.
Uma nova
geração de israelitas finalmente chegou aos termos orientais da terra prometida
(26—36).
Características
Especiais
Seis
características principais projetam o livro de Números. (1) É o “Livro das
Peregrinações no Deserto”, a revelar claramente por que Israel não possuiu
imediatamente
a terra prometida depois de partir do monte Sinai. Antes, teve que peregrinar,
vagueando no deserto por mais trinta e nove anos. (2) É o “Livro
das
Murmurações”, que registra vez após vez a murmuração, o descontentamento e as
queixas dos israelitas contra Deus e seu modo de lidar com eles. (3) O
livro ilustra
o princípio que sem fé é impossível agradar a Deus (cf. Hb 11.6). Vemos, por
todo esse livro, que o povo de Deus triunfa tão-somente ao confiar
nEle com fé inabalável,
crer nas suas promessas e depender dEle como sua fonte de vida e de esperança.
(4) Números revela com profundidade o princípio de
que se uma
geração fracassar, Deus suscitará outra para cumprir suas promessas e para
levar a efeito a sua missão. (5) O censo antes de Cades-Barnéia (1—4) e
o posterior
feito nas planícies de Moabe, antes da entrada em Canaã (cap. 26), revelam que
não era o tamanho inadequado do exército de Israel que o impedia de
entrar em
Canaã, partindo de Cades, mas o tamanho inadequado da sua fé. (6) É o “Livro da
Disciplina Divina”, a demonstrar que Deus realmente disciplina os
seus e
executa julgamento sobre eles, quando persistem na murmuração e na
incredulidade (13—14).
Números e Seu
Cumprimento no NT
As
murmurações e a incredulidade de Israel são mencionadas como advertências aos
crentes do novo concerto (1 Co 10.5-11; Hb 3.16—4.6). A gravidade do
pecado de
Balaão (22—24) e da rebelião de Coré (cap. 16) também são mencionados (2 Pe
2.15,16; Jd 11; Ap 2.14). Jesus faz referência à serpente de bronze
como uma
alusão a Ele mesmo ao ser levantado na cruz, de modo que todos os que nEle
crêem não pereçam mas tenham a vida eterna (Jo 3.14-16; ver Nm
21.7-9). Além
disso, Jesus Cristo é comparado com a rocha do deserto, da qual Israel bebeu (1
Co 10.4) e com o maná celestial que alimentou aquele povo (Jo
6.31-33).
DEUTERONÔMIO
Deuteronômio
Esboço
Introdução
(1.1-5)
I. Primeiro
Discurso de Moisés: Relato da História Recente de Israel (1.6—4.43)
A. A Partida
do Monte Sinai (1.6-18)
B. A
Incredulidade em Cades-Barnéia (1.19—46)
C. As
Jornadas no Deserto (2.1-15)
D. A Chegada
às Planícies de Moabe (2.16—3.29)
E. A
Exortação à Obediência (4.1-43)
II. Segundo
Discurso de Moisés: Principais Deveres do Concerto (4.44—26.19)
A. Os Dez
Mandamentos (4.44—5.33)
B. O
Monoteísmo e os Imperativos (6.1-25)
C.
Mandamentos, Promessas e Advertências (7.1—11.32)
D.
Mandamentos Concernentes à Adoração (12.1-32)
E.
Mandamentos Concernentes aos Falsos Profetas (13.1-18)
F. Mandamentos
Concernentes aos Alimentos, Dízimos e ao Ano Sabático (14.1—15.23)
G.
Mandamentos a Respeito das Festas Sagradas Anuais (16.1-17)
H.
Mandamentos a Respeito das Autoridades (16.18—18.22)
I. Leis Civis
e Sociais (19.1—26.19)
III. Terceiro
Discurso de Moisés: Renovação e Ratificação do Concerto (27.1—30.20)
A. Obrigações
Solenes de Israel (27.1-26)
B. Promessas
de Bênçãos por Obediência, e de Maldições por Desobediência (28.1-68)
C.
Confirmação do Concerto e Exortações Pertinentes (29.1—30.20)
IV. Os Atos
Finais de Moisés e Sua Morte (31.1—34.12)
A. Moisés Dá
Instruções a Israel e Designa Josué em Seu Lugar (31.1-29)
B. O Cântico
de Moisés (31.30—32.47)
C. As
Instruções de Deus a Moisés (32.48-52)
D. Moisés
Abençoa as Tribos (33.1-29)
E. Morte e
Sepultamento de Moisés, e Conclusão (34.1-12)
Autor:
Moisés
Tema:
Renovação do
Concerto
Data:
Cerca de 1405
a.C.
Considerações
Preliminares
O título
“Deuteronômio” vem da Septuaginta e significa “Segunda Lei”. O livro consiste
nas mensagens de despedida de Moisés, nas quais ele sumariou e
renovou o
concerto entre Deus e Israel, para o bem da nova geração de israelitas. Tinham
chegado ao fim da peregrinação no deserto e agora estavam prontos
para entrarem
na terra de Canaã. A nova geração, na sua maior parte, não tinha lembrança
pessoal da primeira Páscoa, da travessia do mar Vermelho, nem da
outorga da
lei no monte Sinai. Careciam de uma narração inspirada do concerto de Deus, da
sua lei e da sua fidelidade, bem como uma renovada declaração das
bênçãos
resultantes da obediência e das maldições da desobediência. Enquanto o livro de
Números registra as peregrinações no deserto, da rebelde primeira
geração de
israelitas, abrangendo um período de trinta e nove anos, Deuteronômio abrange um
período de talvez um só mês, numa só localidade, nas planícies de
Moabe,
diretamente a leste de Jericó e do rio Jordão.
Deuteronômio
foi escrito por Moisés (31.9,24-26; cf. 4.44-46; 29.1) e entreque a Israel como
um documento do concerto, para ser lido por extenso diante de
todo o povo,
a cada sete anos (31.10-13). É provável que Moisés tenha completado o livro
pouco antes da sua morte, cerca de 1405 a.C. A autoria mosaica de
Deuteronômio
é atestada: (1) pelo Pentateuco judaico e samaritano; (2) pelos escritores do
AT (e.g., Js 1.7; 1 Rs 2.3; 2 Rs 14.6; Ed 3.2; Ne 1.8,9; Dn 9.11); (3)
por Jesus (Mt
19.7-9; Jo 5.45-47), bem como escritores do NT (e.g., At 3.22,23; Rm 10.19);
(4) por eruditos cristãos antigos; (5) por eruditos conservadores
contemporâneos;
e (6) pelas evidências internas do livro (e.g., semelhança, na estrutura
literária, com textos de pactos seculares de vassalagem do século XV
a.C.). O
relato da morte de Moisés (cap. 34) evidentemente foi acrescentado logo após
sua ocorrência (mais provavelmente por Josué) como um tributo
merecido a
Moisés, servo do Senhor.
Propósito
O propósito
original de Moisés ao proferir seus discursos diante da nova geração de Israel,
antes de entregar as rédeas do governo a Josué para efetuar a
conquista de
Canaã, foi exortar e instruir os israelitas a respeito: (1) dos atos poderosos
de Deus e as suas promessas; (2) seus deveres segundo o concerto: a fé e
a obediência;
e (3) a necessidade de dedicarem-se ao Senhor, para andarem nos seus caminhos,
amá-lo e honrá-lo de todo coração, alma e forças.
Visão
Panorâmica
Com toda sua
devoção, Moisés recapitulou e renovou o concerto de Deus com Israel, mormente
através de seus três discursos inspirados. (1) O primeiro
discurso de
Moisés recontou a história e o fracasso de Israel desde o monte Sinai e
conclamou a nova geração a temer a Deus e a obedecer-lhe (1.6—4.43). (2)
O segundo
discurso de Moisés recapitulou e focalizou muitas leis do concerto, que
tratavam de assuntos como a observância do sábado, o culto, os pobres, as
festas
sagradas anuais, a herança e os direitos de propriedade, a imoralidade sexual,
senhores e servos, e a administração da justiça (4.44—26.19). (3) No seu
terceiro
discurso, Moisés profetizou bênçãos e maldições que teriam os israelitas,
conforme sua obediência ou desobediência ao Senhor, segundo o concerto
(27.1—30.20).
Os caps. finais incluem a designação de Josué por Moisés como seu sucessor e um
testemunho sobre a morte de Moisés (31.1—34.12).
Características
Especiais
Quatro fatos
principais caracterizam Deuteronômio. (1) Ele proveu à nova geração de
israelitas prestes a entrar em Canaã, o alicerce e motivação necessários
para herdarem
a terra prometida, ao realçar a natureza de Deus e seu concerto com Israel. (2)
É “O Livro de Repetição da Lei”, no qual, Moisés, o dirigente de
Israel, já
com 120 anos de idade, reafirmou e resumiu (em forma de sermão) a palavra do
Senhor contida nos quatro livros anteriores, do Pentateuco. (3) É “O
Livro das
Memórias”. Uma admoestação típica de Deuteronômio é: “Lembra-te, e não te
esqueças”. Em vez de apresentar novas verdades, Deuteronômio exorta
Israel a
conservar e obedecer à verdade de Deus já revelada, e entregue como sua Palavra
absoluta e imutável. (4) Um ponto predominante no livro é a fórmula
“fé-mais-obediência”.
Israel foi conclamado a confiar em Deus de modo irrestrito e a obedecer aos
seus mandamentos sem vacilação. A fé-mais-obediência
capacitaria
os israelitas a herdar as promessas na plenitude da bênção de Deus. A falta de
fé e de obediência, por outro lado, traria o ciclo do fracasso e do
julgamento.
O Livro de
Deuteronômio e Seu Cumprimento no NT
Quando Jesus
foi tentado pelo diabo, Ele respondeu, citando trechos de Deuteronômio (Mt
4.4,7,10, cf. Dt 8.3; 6.13,16). Quando perguntaram a Jesus qual era
o maior
mandamento da lei, sua resposta veio de Deuteronômio (Mt 22.37; cf. Dt 6.5).
Quase cem vezes, os livros do NT citam Deuteronômio, ou a ele aludem.
Uma nítida
profecia messiânica deste livro (18.15-19) é citado duas vezes em Atos
(3.22,23; 7.37). O cunho espiritual de Deuteronômio é fundamental à
revelação do
NT.
Esboço
Introdução
(1.1-5)
I. Primeiro
Discurso de Moisés: Relato da História Recente de Israel (1.6—4.43)
A. A Partida
do Monte Sinai (1.6-18)
B. A
Incredulidade em Cades-Barnéia (1.19—46)
C. As
Jornadas no Deserto (2.1-15)
D. A Chegada
às Planícies de Moabe (2.16—3.29)
E. A
Exortação à Obediência (4.1-43)
II. Segundo
Discurso de Moisés: Principais Deveres do Concerto (4.44—26.19)
A. Os Dez
Mandamentos (4.44—5.33)
B. O
Monoteísmo e os Imperativos (6.1-25)
C.
Mandamentos, Promessas e Advertências (7.1—11.32)
D.
Mandamentos Concernentes à Adoração (12.1-32)
E.
Mandamentos Concernentes aos Falsos Profetas (13.1-18)
F.
Mandamentos Concernentes aos Alimentos, Dízimos e ao Ano Sabático (14.1—15.23)
G.
Mandamentos a Respeito das Festas Sagradas Anuais (16.1-17)
H.
Mandamentos a Respeito das Autoridades (16.18—18.22)
I. Leis Civis
e Sociais (19.1—26.19)
III. Terceiro
Discurso de Moisés: Renovação e Ratificação do Concerto (27.1—30.20)
A. Obrigações
Solenes de Israel (27.1-26)
B. Promessas
de Bênçãos por Obediência, e de Maldições por Desobediência (28.1-68)
C.
Confirmação do Concerto e Exortações Pertinentes (29.1—30.20)
IV. Os Atos
Finais de Moisés e Sua Morte (31.1—34.12)
A. Moisés Dá
Instruções a Israel e Designa Josué em Seu Lugar (31.1-29)
B. O Cântico
de Moisés (31.30—32.47)
C. As
Instruções de Deus a Moisés (32.48-52)
D. Moisés
Abençoa as Tribos (33.1-29)
E. Morte e
Sepultamento de Moisés, e Conclusão (34.1-12)
Autor:
Moisés
Tema:
Renovação do
Concerto
Data:
Cerca de 1405
a.C.
Considerações
Preliminares
O título
“Deuteronômio” vem da Septuaginta e significa “Segunda Lei”. O livro consiste
nas mensagens de despedida de Moisés, nas quais ele sumariou e
renovou o
concerto entre Deus e Israel, para o bem da nova geração de israelitas. Tinham
chegado ao fim da peregrinação no deserto e agora estavam prontos
para entrarem
na terra de Canaã. A nova geração, na sua maior parte, não tinha lembrança
pessoal da primeira Páscoa, da travessia do mar Vermelho, nem da
outorga da
lei no monte Sinai. Careciam de uma narração inspirada do concerto de Deus, da
sua lei e da sua fidelidade, bem como uma renovada declaração das
bênçãos
resultantes da obediência e das maldições da desobediência. Enquanto o livro de
Números registra as peregrinações no deserto, da rebelde primeira
geração de
israelitas, abrangendo um período de trinta e nove anos, Deuteronômio abrange
um período de talvez um só mês, numa só localidade, nas planícies de
Moabe,
diretamente a leste de Jericó e do rio Jordão.
Deuteronômio
foi escrito por Moisés (31.9,24-26; cf. 4.44-46; 29.1) e entreque a Israel como
um documento do concerto, para ser lido por extenso diante de
todo o povo, a
cada sete anos (31.10-13). É provável que Moisés tenha completado o livro pouco
antes da sua morte, cerca de 1405 a.C. A autoria mosaica de
Deuteronômio
é atestada: (1) pelo Pentateuco judaico e samaritano; (2) pelos escritores do
AT (e.g., Js 1.7; 1 Rs 2.3; 2 Rs 14.6; Ed 3.2; Ne 1.8,9; Dn 9.11); (3)
por Jesus (Mt
19.7-9; Jo 5.45-47), bem como escritores do NT (e.g., At 3.22,23; Rm 10.19);
(4) por eruditos cristãos antigos; (5) por eruditos conservadores
contemporâneos;
e (6) pelas evidências internas do livro (e.g., semelhança, na estrutura
literária, com textos de pactos seculares de vassalagem do século XV
a.C.). O
relato da morte de Moisés (cap. 34) evidentemente foi acrescentado logo após
sua ocorrência (mais provavelmente por Josué) como um tributo
merecido a
Moisés, servo do Senhor.
Propósito
O propósito
original de Moisés ao proferir seus discursos diante da nova geração de Israel,
antes de entregar as rédeas do governo a Josué para efetuar a
conquista de
Canaã, foi exortar e instruir os israelitas a respeito: (1) dos atos poderosos
de Deus e as suas promessas; (2) seus deveres segundo o concerto: a fé e
a obediência;
e (3) a necessidade de dedicarem-se ao Senhor, para andarem nos seus caminhos,
amá-lo e honrá-lo de todo coração, alma e forças.
Visão
Panorâmica
Com toda sua
devoção, Moisés recapitulou e renovou o concerto de Deus com Israel, mormente
através de seus três discursos inspirados. (1) O primeiro
discurso de
Moisés recontou a história e o fracasso de Israel desde o monte Sinai e conclamou
a nova geração a temer a Deus e a obedecer-lhe (1.6—4.43). (2)
O segundo
discurso de Moisés recapitulou e focalizou muitas leis do concerto, que
tratavam de assuntos como a observância do sábado, o culto, os pobres, as
festas
sagradas anuais, a herança e os direitos de propriedade, a imoralidade sexual,
senhores e servos, e a administração da justiça (4.44—26.19). (3) No seu
terceiro
discurso, Moisés profetizou bênçãos e maldições que teriam os israelitas,
conforme sua obediência ou desobediência ao Senhor, segundo o concerto
(27.1—30.20).
Os caps. finais incluem a designação de Josué por Moisés como seu sucessor e um
testemunho sobre a morte de Moisés (31.1—34.12).
Características
Especiais
Quatro fatos
principais caracterizam Deuteronômio. (1) Ele proveu à nova geração de
israelitas prestes a entrar em Canaã, o alicerce e motivação necessários
para herdarem
a terra prometida, ao realçar a natureza de Deus e seu concerto com Israel. (2)
É “O Livro de Repetição da Lei”, no qual, Moisés, o dirigente de
Israel, já
com 120 anos de idade, reafirmou e resumiu (em forma de sermão) a palavra do
Senhor contida nos quatro livros anteriores, do Pentateuco. (3) É “O
Livro das
Memórias”. Uma admoestação típica de Deuteronômio é: “Lembra-te, e não te
esqueças”. Em vez de apresentar novas verdades, Deuteronômio exorta
Israel a
conservar e obedecer à verdade de Deus já revelada, e entregue como sua Palavra
absoluta e imutável. (4) Um ponto predominante no livro é a fórmula
“fé-mais-obediência”.
Israel foi conclamado a confiar em Deus de modo irrestrito e a obedecer aos
seus mandamentos sem vacilação. A fé-mais-obediência
capacitaria
os israelitas a herdar as promessas na plenitude da bênção de Deus. A falta de
fé e de obediência, por outro lado, traria o ciclo do fracasso e do
julgamento.
O Livro de
Deuteronômio e Seu Cumprimento no NT
Quando Jesus
foi tentado pelo diabo, Ele respondeu, citando trechos de Deuteronômio (Mt
4.4,7,10, cf. Dt 8.3; 6.13,16). Quando perguntaram a Jesus qual era
o maior
mandamento da lei, sua resposta veio de Deuteronômio (Mt 22.37; cf. Dt 6.5).
Quase cem vezes, os livros do NT citam Deuteronômio, ou a ele aludem.
Uma nítida
profecia messiânica deste livro (18.15-19) é citado duas vezes em Atos
(3.22,23; 7.37). O cunho espiritual de Deuteronômio é fundamental à
revelação do
NT.